Joaquim Maurício Cardoso nasceu em Soledade (RS), em 1888.
Advogado, cursou a Faculdade de Direito de São Paulo, por onde se diplomou em 1908. Membro do Partido Republicano Rio-Grandense (PRR) desde os tempos de estudante, elegeu-se deputado estadual em 1913. Renunciou ao mandato no ano seguinte, em protesto contra a proibição à exportação de cereais para a Europa durante a Primeira Guerra Mundial, determinada pelo presidente do estado, Borges de Medeiros. Dedicou-se nos anos seguintes à advocacia e ao ensino universitário.
Permaneceu afastado da vida política até 1927, quando Getúlio Vargas assumiu a presidência do Rio Grande do Sul. Em 1929, participou da formação da Aliança Liberal, coligação que lançou a candidatura de Vargas à presidência da República contra o paulista Júlio Prestes, apoiado pelo governo federal. Com a derrota da chapa oposicionista na eleição realizada em março de 1930, passou a ser um dos principais articuladores da derrubada do presidente Washington Luís pelas armas, tendo sido o responsável pelas negociações que levaram os líderes mineiros a apoiar o movimento. Dirigiu operações militares em Porto Alegre e, em nome de Vargas, estabeleceu contatos em São Paulo com vistas à montagem do novo governo paulista, que acabaria sendo entregue a João Alberto, representante das forças tenentistas.
Em dezembro de 1931, assumiu o Ministério da Justiça e passou, imediatamente, a trabalhar pela volta do país ao regime constitucional. Aboliu a censura à imprensa e eleborou o novo Código Eleitoral, que trazia como principais novidades a instituição do voto secreto e a criação da Justiça Eleitoral. A reconstitucionalização do país, no entanto, era combatida por muitos membros do governo, principalmente os "tenentes", organizados no Clube 3 de Outubro. No início de 1932, o Diário Carioca foi empastelado pelos adversários da constitucionalização. Maurício Cardoso tomou providências para que as responsabilidades fossem apuradas, mas foi desautorizado pelo governo. Demitiu-se, então, do ministério junto com outros representantes gaúchos no governo.
Apesar de defensor da constitucionalização do país, evitou dar apoio aberto à Revolução Constitucionalista deflagrada em São Paulo, em julho de 1932. Foi convocado por Vargas para servir de mediador entre o governo federal e os paulistas. Seus esforços, contudo, fracassaram. Em setembro, recebeu o controle do PRR e do jornal A Federação das mãos de Borges de Medeiros, que havia sido preso por envolvimento com o movimento constitucionalista.
No ano seguinte, comandou o PRR nas eleições para a Assembléia Nacional Constituinte, para a qual elegeu-se deputado. Em 1934, com o término dos trabalhos de eleboração da Constituição Federal, elegeu-se deputado à Constituinte estadual gaúcha. Em 1936, voltou a aproximar-se de Vargas e apoiou as pressões do governo federal sobre o governador gaúcho Flores da Cunha, que viu-se forçado a renunciar ao cargo em outubro de 1937. Foi nomeado, então, para a Secretaria do Interior do novo governo gaúcho e, entre janeiro e março do ano seguinte, ocupou interinamente o cargo de interventor federal no estado. Com a posse do novo interventor, Osvaldo Cordeiro de Farias, passou a chefiar a Secretaria de Agricultura.
Morreu em maio de 1938 em um desastre de avião, quando regressava de uma viagem ao Rio de Janeiro.
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