Laboratório de Pensamento Social (LAPES)

O LAPES integra professores e alunos interessados nas áreas de Pensamento Social Brasileiro, Sociologia da Cultura e Teoria Social. Incentiva-se a diversidade temática e metodológica, pois se entende que essas áreas podem abrigar diferentes pesquisas, tais como: análises internas de textos e obras clássicas, estudos sociológicos de movimentos intelectuais e culturais, História Social da Cultura e das Ideias e Teoria Literária. Mais recentemente, esta linha tem desenvolvido interesse na realização de estudos comparados que levem em conta outras formas de pensamento social no contexto do Sul Global, valorizando o diálogo com teorias pós-coloniais. O Laboratório de Pensamento Social (LAPES) está vinculado à linha Memória e Cultura" do Programa de Pós-Graduação da FGV CPDOC. Sua dinâmica inclui mesas-redondas, seminários e encontros de discussão de textos de alunos e pesquisadores.

CoordenaçãoBernardo Buarque de HolandaJoão Marcelo Ehlert Maia

Laboratório de Pensamento Social (LAPES)

Palavras-chave: intelectuais; História das Ciências Sociais; Pensamento Social; Sociologia da Cultura; teoria sociológica.

Link do Grupo de Pesquisa CNPq: http://dgp.cnpq.br/dgp/espelhogrupo/493917

 

Projetos de pesquisa:

 

  • Projeto: Arquivos, intelectuais e pensamento social: desafios teórico-metodológicos (FAPERJ)

    Coordenador: João Maia

    Integrantes: Bernardo Buarque (CPDOC), Helga Gahyva (UFRJ), André Bittencourt (UFRJ) e Thiago Lopes (COC/Fiocruz)

    Qual o lugar dos diferentes tipos de arquivos na análise sociológica e historiográfica dos intelectuais? Este projeto tem por objetivo congregar cinco pesquisas empíricas que têm como eixo a relação entre intelectuais e arquivos (privados e institucionais) e estimular uma reflexão coletiva sobre novas estratégias metodológicas no campo da História e da Sociologia da Cultura e dos Intelectuais. O projeto parte de 5 estudos de caso específicos, desenvolvidos por cada um dos pesquisadores, mas que se conectam por um conjunto de questões que nos parecem pertinentes: a) como arquivos tidos como pessoais podem contribuir para a análise de redes intelectuais mais amplas e processos de consagração e esquecimento de escritores e pensadores? b) como arquivos institucionais podem ajudar a repensar a trajetória de intelectuais e a própria formação das ciências sociais?; c) qual o estatuto dos arquivos para o estudo das práticas intelectuais? Os cinco estudos de caso são: a) Novos arquivos para o estudo da sociologia latino-americana nas décadas de 1960 e 1970 (J. Maia); b) A sedução do arquivo literário: experiências de pesquisa com acervos de escritores brasileiros o caso de Anna Amélia Carneiro de Mendonça (B. Buarque); c) Um mineiro d'além mar: D. Antônio Ferreira Viçoso (H. Gahyva); d) Ciência nacional e colonialismo científico em Carlos Chagas Filho (A. Bittencourt); e) Ciências sociais e arquivos da Boa Vizinhança: os circuitos interamericanos da sociologia rural nos anos 1930 e 1940 (T. Lopes).

     

  • Projeto: Padre Ibiapina visto por Gilberto Freyre: pistas para a caracterização do conservadorismo culturalista brasileiro

    Coordenadora: Helga Gahyva

    Descrição: A pesquisa pretende contribuir para a caracterização de vertente específica do conservadorismo brasileiro: o conservadorismo culturalista. Para tanto, propõe-se a investigar a interpretação oferecida por Gilberto Freyre à obra missionária do padre Ibiapina. O esforço sustenta-se na hipótese segundo a qual a atuação do religioso representaria, para o pernambucano, espécie de reatualização do catolicismo lírico patriarcal exatamente à época em que o processo civilizador brasileiro assumia questionável feição de reeuropeização. A escolha desse objeto tem como objetivo averiguar se as possíveis aproximações entre as visões de mundo dos dois personagens contribuem para o mapeamento daquela linhagem conservadora.

     

  • Projeto: Os cavaleiros da igualdade: Florestan Fernandes, militantes negros e política - Da ditadura à democracia (1978-2002)

    Coordenador: Gustavo Mesquita

    Descrição: Com este projeto de pesquisa, pretendo investigar a constituição dos nexos entre o pensamento de Florestan Fernandes e a ação do movimento negro contemporâneo, utilizando documentos de arquivo e entrevistas de história oral. Ao começar o estudo pela reconstrução histórica do movimento negro e da organização de sua ação coletiva a partir de 1978, quando o Movimento Negro Unificado fora criado, o objetivo é identificar as principais forças nacionais e internacionais que continuamente agiram para a politização da questão racial no Brasil. Parto, então, da hipótese de que a constante reflexão sobre a situação social do negro e suas lutas pelo combate ao racismo ao longo dos anos 80 e 90 culminaram numa agenda governamental de antirracismo, formada primeiramente nos governos de Fernando Henrique Cardoso. Nesta grande mudança de pensamento sobre o racismo na sociedade brasileira, interesso-me pela análise das relações entre atores, ideias e políticas com fontes ainda pouco exploradas pela historiografia, como os discursos parlamentares, os projetos de lei e a produção jornalística de Florestan Fernandes, Carlos Alberto Caó, Benedita da Silva e outros deputados federais e senadores que atuaram na Constituinte de 1988 abordando o problema do racismo, do que resultara a defesa da tese de reparação histórica, com ação afirmativa ao povo negro do Brasil. O recorte cronológico desta pesquisa vai além e compreende toda a Era Fernando Henrique Cardoso, nela encerrando-se; período em que a política de direitos humanos atendera reivindicações do movimento negro e produzira os fundamentos políticos de igualdade racial. O objetivo final desta pesquisa é compreender os papéis desempenhados pelo pensamento político paulista na configuração da agenda governamental de antirracismo, em paralelo à delimitação do alcance político e social desta mesma agenda.