Jean-Claude Bernardet

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Jean-Claude Bernardet

Jean-Claude Bernardet nasceu em 1936 na Bélgica. Aos 12 anos de idade, após morar alguns anos em Paris, migrou para São Paulo com a família. Os primeiros anos da juventude passou principalmente ligado à comunidade francesa. Em 1958, começou a frequentar um cineclube localizado ao lado da livraria em que trabalhava. Dessa experiência cineclubista nasceram os primeiros contatos com o cinema brasileiro. Aconselhado pelo colega de cineclube, Gustavo Dahl, a se inscreveu em um curso na Cinemateca Brasileira, onde conheceu Paulo Emílio Sales Gomes que o chamou para trabalhar na Cinemateca e para escrever resenhas para o Suplemento literário do jornal O Estado de S. Paulo. Nos anos seguintes, Jean-Claude Bernardet participou da fundação do primeiro curso universitário de cinema do Brasil, na Universidade de Brasília (UnB/1964) e publicou seu primeiro livro de crítica cinematográfica: Brasil em tempo de cinema (1967). Em 1968, se tornou professor da Escola de Comunicações e Artes da Universidade de São Paulo (ECA/USP). No início da década de 1980, voltou a França, onde obteve um diploma pela École des Hautes Études en Sciences Sociales. Orientado por Christian Metz, desenvolveu o trabalho que daria origem ao livro Cineastas e imagens do povo, publicado no Brasil em 1985. De volta ao Brasil, estreou como romancista com o livro Aquele rapaz (1990). Em 1995, publicou Historiografia clássica do cinema brasileiro. Jean-Claude Bernardet é um dos mais importantes críticos e teóricos do cinema brasileiro, mas sua trajetória não se restringiu apenas ao campo teórico, ao longo de sua carreira colaborou com diversos realizadores. Em 1994 dirigiu o filme São Paulo, sinfonia e cacofonia ganhador do prêmio de melhor curta no festival de Montevidéu. Aposentado pela USP desde 2004, Bernardet escreve sobre cinema em seu blog, continua atuante no campo da crítica e da teoria cinematográfica e se reinventa no cinema enfrentando novos desafios, como o trabalho de ator.

  • Memória do Cinema Documentário Brasileiro: histórias de vida

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    ENTREVISTA: 27.02.2013

    • 00:00:25 1º Bloco: Origens familiares; nascimento na Bélgica e ida para a França; vinda da família para o Brasil; início da vida em São Paulo e convívio com famílias francesas.

      00:07:43 2º Bloco: Primeiros estudos; início profissional na Difusão Europeia do Livro e na Livraria Francesa em SP; curso de Desenho Para Publicidade no Serviço Nacional de Aprendizagem Comercial (SENAC); importância do SENAC para sua permanência no Brasil; adaptação à Língua Portuguesa.

      00:14:58 3º Bloco: Ida a cinemas e teatros na juventude; contato com Rudá Poronominare Galvão de Andrade, Gustavo Dahl e Paulo Emílio Sales Gomes; curso de dirigentes de cineclube; inserção no cinema.

      00:22:19 4º Bloco: Análise de “Cidadão Kane” de Orson Welles na conclusão de curso; entrada na biblioteca da Cinemateca Brasileira com Maurice Capovilla; textos sobre os filmes a serem debatidos nos cineclubes da Cinemateca; setor de “Difusão Oral e Escrita” da Cinemateca; formação de pensadores do cinema pelos cineclubes.

      00:30:39 5º Bloco: Impacto de “A Doce Vida” de Frederico Fellini; importância da crítica na produção de cinema; crítica de “A Doce Vida” e repercussão na sua carreira.

      00:38:18 6º Bloco: Substituição de Paulo Emílio na Cinemateca; contato com outras áreas no trabalho na Cinemateca; a Revista Delírio e o núcleo de sua formação; importância dos textos publicados no Suplemento Literário do jornal O Estado de São Paulo (Estadão).

      00:44:09 7º Bloco: Primeira Convenção Nacional da Crítica Cinematográfica de 1960 em SP; cinema brasileiro como produto cultural valorizável; “elites” e reconhecimento do cinema feito no Brasil; reconhecimento de uma nova forma de fazer e pensar cinema pelos cineastas e críticos: o Cinema Novo em seu cerne; a Bienal de Arte de São Paulo em 1961 e exibição de curtas-metragens; crítica negativa aos filmes “Aruanda” de Linduarte Noronha e “Arraial do Cabo” de Paulo César Saraceni na Bienal por cineastas remanescentes da Companhia Cinematográfica Vera Cruz; expressão “uma câmera na mão e uma ideia na cabeça”; crítica e impacto de “Aruanda”.

      00:56:56 8º Bloco: Discussões sobre “Arraial do Cabo”; filmes da Bienal de 1961 e seu papel no Cinema Novo; influência do curso de Arne Sucksdorf em SP; importância de Fernando Birri para o Cinema Novo; reformas de base do governo Jango e discussões dos cineastas em torno da reforma agrária; golpe de1964 e cessão dos projetos vigentes.

      01:07:58 9º Bloco: Círculos de cineastas em sua época; casa alugada com Maurice Capovilla em SP; relações com o Partido Comunista Brasileiro (PCB); militância no Centro Popular de Cultura (CPC) de SP; militância político-cultural.

      01:14:42 10º Bloco: A cidadania brasileira; palestra de Rudá de Andrade sobre Eisenstein e fuga da repressão policial; cineclubismo.

      01:27:57 11º Bloco: O Ato Institucional Nº 5 (AI-5); ida para o Festival de Cinema de Viña del Mar no Chile; dificuldade de conseguir emprego pós AI-5; pseudônimos em alguns textos seus (Carlos Murao); censura de textos; 

      01:38:26 12º Bloco: Criação dos cursos de Comunicação da Universidade de Brasília (UnB) e o Instituto Central de Artes (ICA); convite de Paulo Emílio para formar o primeiro núcleo docente de Cinema na UnB; Nelson Pereira dos Santos e a UnB; problemática em torno de “Fala Brasil” de Nelson Pereira.

      01:52:05 13º Bloco: Invasão militar à UnB em 1965; a revista Civilização Brasileira; convite de Rudá de Andrade para palestras na Universidade de São Paulo (USP) em 1966; contratação pela USP; reestruturação do ICA após as invasões; saída da USP após o “decreto dos 25”.

      02:01:50 14º Bloco: O livro “Brasil em Tempo de Cinema”, baseado no artigo de Cacá Diegues de 1967 criação; análise de “São Paulo Sociedade Anônima” de Luís Sérgio Person com a moviola de Thomas Farkas.

      02:10:16 15º Bloco: A cronologia e os problemas em métodos de pesquisa e a disciplina História do Cinema Brasileiro; problemas em não incluir a História do cinema brasileiro em História do Cinema; cronologia na História e simplificações dos esquemas de causa e efeito para explicações teóricas; discurso da historiografia no cinema; formação de Arthur Autran em sua turma da USP.

      02:23:45 16º Bloco: Projetos na carreira de ator; atuação no curta-metragem “A Navalha do Avô” de Pedro Jorge e “Periscópio” de Kiko Goifman.

     

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  • Memória do Cinema Documentário Brasileiro: histórias de vida

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    ENTREVISTA 2: 19.04.2013

    • 00:00:58 1º Bloco: A ida para Paris em 1973; a passagem por Argel, na Argélia, para um congresso de cinema do terceiro mundo; identidades nacionais; franceses e argelinos; a questão do colonialismo e da colonização argerlina.
    • 00:11:35 2º Bloco: A importância do trabalho do cineasta Abbas Kiarostami para o cinema mundial; a crítica dos filmes de Kiarostami; a necessidade de acompanhar filmes de grande público nos cinemas na atualidade; a aposentadoria pela Universidade de São Paulo (USP).
    • 00:20:37 3º Bloco: O acompanhamento de filmes atuais da indústria cinematográfica; a necessidade de se pensar acerca do que é produzido para grande público no cinema; os processos culturais e a recepção dos críticos: a problemática dos produtos culturais de massa.
    • 00:26:13 4º Bloco: A correspondência com Christian Metz; o trabalho de tradução de um livro francês de semiologia e cinema; o início do projeto que virá a ser o livro “Cineastas e Imagens do Povo”; o doutoramento; a publicação da tese de doutoramento.
    • 00:37:30 5º Bloco: O contato e as discussões com João Batista de Andrade; os trabalhos em conjunto com João Batista; a montagem de “Gamal. O Delírio do Sexo” de João Batista de Andrade; o roteiro do filme “Eterna Esperança: Sem Pressa e Sem Pausa, Sumário de Vídeo Como as Estrelas” de João Batista de Andrade, Jean-Claude Bernardet, João Trevisan, Jorge Bodanzky, Marcelo Tassara e Maria Rita Galvão.
    • 00:49:05 6º Bloco: “São Paulo: Sinfonia e Cacofonia”: origens e o investimento em equipamentos para a Escola de Comunicação e Artes (ECA) da USP através de projetos concedidos pela Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo (FAPESP); “Cinemacidade” de Aloysio Raulino; a montagem e a circulação do filme “São Paulo: Sinfonia e Cacofonia”.
    • 01:08:58 7º Bloco: As mulheres e o Cinema Novo; a ausência de mulheres no cinema da época, principalmente nos postos de direção; as mulheres e a montagem cinematográfica.
    • 01:14:53 8º Bloco: O documentário na atualidade; crítica a conceitos dados ao documentário; documentário versus ficção: tensões e a importância de suas críticas feitas à “Cabra Marcado Para Morrer” de Eduardo Coutinho para a finalização do filme; o contato com Eduardo Coutinho; a teoria de Walter Benjamin e “Cabra Marcado Para Morrer”; o papel político enquanto crítico de cinema na atualidade.
    • 01:27:55 9º Bloco: O Cinema Novo e o cinema da atualidade; a retomada de aspectos do Cinema Novo em alguns trabalhos produzidos no cinema atual; as dificuldades do cinema de retomada e a problemática geracional; as classes e o cinema e a crítica à ideia de cinema feito da classe média para a classe média.
    • 01:36:37 10º Bloco: A virada na percepção de si e as consequências da longevidade; a carreira de ator e a reinvenção de si.

     

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