O Laboratório de Estudos sobre Instituições convida para a palestra "Responsabilização de empresas por cumplicidade com a ditadura de 1964-1985", em formato híbrido, com o pesquisador visitante Fabrício Teló (UPK, Canadá), e a professora Angela Moreira (FGV CPDOC) como debatedora. O evento será meadiado pela pesquisadora Juliana Marques (FGV CPDOC).
Fabrício Teló é professor de Sociologia na Universidade Politécnica Kwantlen, no Canadá. Doutor pelo Programa de Pós-Graduação de Ciências Sociais em Desenvolvimento, Agricultura e Sociedade (CPDA/UFRRJ) e Membro da Comissão Camponesa da Verdade e do Núcleo de Pesquisa, Documentação e Referência sobre Movimentos Sociais e Políticas Públicas no Campo (NMSPP/CPDA/UFRRJ). Atua principalmente nos seguintes temas: movimentos sociais, questão agrária e justiça de transição.
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Participação presencial:
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Participação via Zoom:
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Resumo
Devido ao caráter de classe do golpe de 1964, muitas empresas contribuíram com e se beneficiaram da ditadura empresarial-militar que se estendeu até 1985. Com a transição democrática, o foco inicial das organizações de direitos humanos foi a responsabilização do Estado pelas violações de direitos humanos contra os perseguidos do regime. Na década de 2010, com o avanço das políticas de justiça de transição, fortaleceu-se um movimento de demanda por responsabilização também de setores empresariais comprometidos com a ditadura e cúmplices ou responsáveis diretos por violações contra trabalhadores que representassem alguma oposição. Por exemplo, a Comissão Nacional da Verdade incluiu em seu relatório final um capítulo sobre o tema e o MPF passou a se empenhar na responsabilização de algumas empresas. Tal esforço resultou, em 2020, no primeiro Termo de Ajustamento de Conduta (TAC) firmado com uma empresa - a Volkswagen -por violações cometidas durante a ditadura. Depois disso, diversos projetos de pesquisa foram iniciados para investigar a cumplicidade de outras empresas com a ditadura. A palestra partirá desse histórico para apresentar dois desses projetos: a brasileira Josapar (dona do Arroz Tio João e do Feijão Meu Biju) e a canadense Brookfied (antiga Light/Brascan).
Descrição da imagem: Panfletos de uma campanha organizada por militantes canadenses para boicotar a então Brascan (e suas subsidiárias) por conta de sua cumplicidade com a ditadura brasileira.
FGV Sede (Praia de Botafogo, 190, Rio de Janeiro) - Auditório 922 e pela Plataforma Zoom