José de Segadas Viana nasceu no dia 1o de julho de 1906, no Rio de Janeiro, filho de João Vieira de Segadas Viana e de Violeta Brandão de Segadas Viana.
Aluno da Faculdade de Direito do Rio de Janeiro, bacharelou-se em 1929. Atuou em seguida como promotor público na comarca de Monte Carmelo (MG) e, em 1930, apoiou o movimento revolucionário que levou Getúlio Vargas à presidência da República.
De volta ao Rio de Janeiro, Segadas Viana tornou-se, em 1940, procurador da Justiça do Trabalho, atuando no setor de previdência social. Em 1942, assumiu o cargo de assistente técnico do ministro do Trabalho, Alexandre Marcondes Filho, e pouco depois, o de diretor-geral do Departamento Nacional do Trabalho, passando em 1943 a chefiar a Divisão de Organização e Assistência Sindical. Ainda em 1943, participou da elaboração da Consolidação das Leis do Trabalho, que sistematizou toda a matéria referente à legislação social e à organização sindical.
Em 1945, foi um dos fundadores do Centro Trabalhista de Estudos Políticos e Sociais, que teve destacado papel na organização do Partido Trabalhista Brasileiro (PTB). Ainda em 1945, com o fim do Estado Novo, foi afastado de suas atividades no Ministério do Trabalho. Nas eleições de dezembro elegeu-se deputado à Assembléia Nacional Constituinte, pelo Distrito Federal, pela legenda petebista. Em 1950 seu mandato parlamentar foi renovado e nesse mesmo pleito Vargas foi eleito presidente.
Em setembro de 1951, Segadas Viana assumiu a pasta do Trabalho, enfrentando, no início de 1953, uma série de paralisações que culminaram na Greve dos Trezentos Mil, deflagrada em protesto contra a perda do poder aquisitivo dos salários. Nesse episódio, Segadas Viana ameaçou aplicar a Lei de Segurança Nacional contra os grevistas. A greve terminou depois da concessão de um aumento salarial de 32%. Em junho, Segadas Viana deixou a pasta, sendo substituído pelo presidente nacional do PTB, João Goulart.
Em outubro de 1954, concorreu novamente à Câmara dos Deputados pelo Distrito Federal na legenda do PTB, alcançando a primeira suplência, vindo, contudo, a exercer o mandato algumas vezes. Em 28 de agosto de 1961, três dias após a renúncia do presidente Jânio Quadros, assumiu interinamente o Ministério do Trabalho, quando o governo era exercido pelo presidente da Câmara dos Deputados, Pascoal Ranieri Mazzilli. A crise, gerada pela renúncia e agravada pelo veto dos ministros militares à posse do vice-presidente João Goulart, só foi contornada com a promulgação, em 2 de setembro, de emenda constitucional que implantou o parlamentarismo no país. Goulart tomou posse no dia 7 e, no dia seguinte, Segadas Viana deixou a pasta. Em 1962, ocupou pela ultima vez cargos públicos, o de secretário do Interior e Segurança da Guanabara e o de chefe de Polícia do mesmo estado em 1962, durante o governo de Carlos Lacerda.
Faleceu no Rio de Janeiro no dia 17 de outubro de 1991.
Era casado com Isolina Becker de Segadas Viana, com quem teve três filhos.
Fonte: Dicionário Histórico Biográfico Brasileiro pós 1930. 2ª ed. Rio de Janeiro: Ed. FGV, 2001