Ernesto Simões Filho

Ernesto Simões da Silva Freitas Filho nasceu no dia 4 de outubro de 1886, em Cachoeira (BA), filho de Ernesto Simões da Silva Freitas e de Maria Emília Rosa da Silva Freitas.

Em 1907, formou-se pela Faculdade Livre de Direito da Bahia, época em que já trabalhava como jornalista. Em 1912, fundou o jornal A Tarde, que seria considerado o grande órgão renovador da imprensa na Bahia.

Em 1924, elegeu-se deputado federal para o triênio 1924-1926. Deixando a direção de A Tarde, transferiu-se para o Rio de Janeiro, obtendo, em março de 1927, novo mandato. Durante o seu segundo mandato, foi líder da maioria na Câmara de Deputados. Por suas ligações com membros da elite baiana que ocupavam o poder até a Revolução de 1930, Simões Filho exilou-se na Europa naquele ano, retornando ao Brasil em fevereiro de 1932. Entretanto, seu apoio à Revolução Constitucionalista de 1932 lhe custaria um novo período de exílio, após a derrota do movimento. Retornou ao país em 1933, passando a combater a interventoria de Juraci Magalhães na Bahia.

Colocando-se inicialmente na oposição ao Estado Novo, instaurado em novembro de 1937, mais tarde Simões Filho apoiou as ações do interventor Landulfo Alves (1938-1942) e manteve-se neutro durante o governo de Renato Pinto Aleixo (1942-1945). Com a redemocratização do país em 1945, foi partidário da candidatura vitoriosa do general Eurico Gaspar Dutra à presidência da República, em dezembro daquele ano.

Em janeiro de 1951, como resultado das articulações políticas que contribuíram para a volta de Getúlio Vargas à presidência no pleito de outubro de 1950, Simões Filho foi nomeado para o Ministério da Educação e Saúde. Sua atuação à frente da pasta foi bastante condicionada pela tramitação, no Congresso, do projeto de lei sobre Diretrizes e Bases da Educação Nacional, que desde 1946 vinha ocupando grande espaço nas discussões sobre o assunto no país (e continuaria a ocupar até 1961, quando seria finalmente aprovada). Ainda em 1951, foi criada no âmbito da sua pasta a Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal do Ensino Superior.

Em junho de 1953, quando Vargas, sob grande desgaste político, modificou quase todo o ministério civil, Simões Filho deixou o cargo. De volta à Bahia, apoiou Antônio Balbino nos dois primeiros anos em que esteve à frente do governo estadual (1955-1959). Porém, após a indicação, pelo governador, de Lauro Farani Pedreira de Freitas para a sucessão estadual, deixou de apoiá-lo e aliou-se a Juraci Magalhães, superando uma rivalidade política que vinha desde a década de 1930.

Faleceu em 24 de novembro de 1957.

Era casado com Helena Vitória Cerne Simões e teve dois filhos.

 

FonteDicionário Histórico Biográfico Brasileiro pós 1930. 2ª ed. Rio de Janeiro: Ed. FGV, 2001