Ciro do Espírito Santo Cardoso nasceu no dia 24 de agosto de 1898, em Lapa (PR), filho de Augusto Inácio do Espírito Santo Cardoso e de Ana Fernandes Cardoso.
Em 1918, concluiu o curso da Escola Militar do Realengo, no Rio de Janeiro, e em julho de 1922, já como instrutor da escola, participou do levante tenentista, sendo um dos responsáveis pela sublevação do estabelecimento. Preso, foi condenado a um ano e quatro meses de reclusão. A participação de Ciro e de outros membros de sua família no movimento tenentista da década de 1920 manteve sua carreira militar paralisada, só tendo sido retomada após a vitória da Revolução de 1930, com a anistia concedida em novembro de 1930.
Entre 1932 e 1933 serviu como ajudante-de-ordens no gabinete do ministro da Guerra, o general Augusto Inácio Cardoso, seu pai. Em 1937 foi lotado no estado-maior da 2ª Região Militar, em São Paulo, trabalhando ao mesmo tempo na Secretaria Estadual de Segurança Pública, cujo titular era seu irmão, o major Dulcídio do Espírito Santo Cardoso. Chefe do estado-maior da 7ª Região Militar, em Recife, de 1939 a 1940, neste ano foi designado comandante do Batalhão de Guardas, no Rio de Janeiro. Entre julho de 1943 e fevereiro de 1946 foi chefe do gabinete da secretaria geral do Conselho de Segurança Nacional, também no Rio.
De 1947 a 1948, Ciro foi subcomandante da 3ª Divisão de Infantaria, em Santa Maria, e entre 1948 e março de 1950 comandou a Academia Militar das Agulhas Negras (AMAN), em Resende (RJ). Em maio, foi transferido para Fortaleza, onde permaneceu até janeiro de 1951 como comandante da 10ª Região Militar. Em Fortaleza, pronunciou-se em defesa da posse de Getúlio Vargas, presidente eleito em 1950, que sofria uma campanha desencadeada pela grande imprensa contra sua investidura. Essa atitude lhe valeu o convite de Vargas para assumir a chefia do Gabinete Militar da Presidência da República, cargo que assumiu em janeiro de 1951.
No final de março de 1952, substituiu o general Newton Estillac Leal, um dos principais nomes da corrente nacionalista do Exército brasileiro, à frente do Ministério da Guerra. Durante a sua gestão, em fevereiro de 1954, foi divulgado o Manifesto dos coronéis, documento no qual 82 coronéis e tenentes-coronéis se dirigiam à alta hierarquia militar, protestando contra a baixa dotação orçamentária destinada ao Exército e contra a previsão do aumento do salário mínimo em 100%, considerando-o uma "aberrante subversão de todos os valores profissionais". Por não haver transmitido a Getulio a gravidade do descontentamento no Exército, Ciro Espírito Santo Cardoso foi exonerado do Ministério da Guerra.
Diretor de Ensino do Exército até o final de 1954, em seguida comandou a 4ª Região Militar, em Juiz de Fora (MG) até o início de 1956. Retornando ao Rio de Janeiro, assumiu o cargo de diretor-geral do Serviço Militar em março de 1956, passando, em dezembro do mesmo ano, a diretor-geral de Material Bélico, cargo em que permaneceu até maio de 1957. Passou para a reserva em julho de 1959.
Faleceu em Belo Horizonte no dia 31 de agosto de 1979.
Fonte: Dicionário Histórico Biográfico Brasileiro pós 1930. 2ª ed. Rio de Janeiro: Ed. FGV, 2001