Apolônio Jorge de Faria Sales nasceu no dia 24 de agosto de 1904, em Altinho (PE), filho de José Francisco de Faria Sales e de Maria Augusta Jorge Sales.
Diplomou-se engenheiro-agrônomo pela Escola Superior de Agricultura de São Bento em 1923, e em novembro de 1924, passou a ocupar o cargo de auxiliar do Serviço Estadual de Algodão, ministrando paralelamente aulas em sua faculdade. Nomeado chefe do Serviço Estadual da Cana, vinculado à Diretoria da Agricultura de Pernambuco em 1934, foi secretário estadual de Agricultura entre 1937 e 1942. Nesse último ano, foi nomeado ministro da Agricultura do governo do presidente Getúlio Vargas.
Em 1943, destacaram-se entre as medidas de Apolônio Sales à frente da pasta, a constituição da Comissão Brasileiro-Americana de Produção de Gêneros Alimentícios, a instalação de colônias agrícolas em diversos estados do país e a reorganização do Serviço de Meteorologia e do Centro Nacional de Ensino e Pesquisas Agronômicas, com a criação da Universidade Rural, da Superintendência de Edifícios e Parques e do Instituto Agronômico do Sul, além da elaboração de um plano para a mecanização da lavoura. A essas medidas foram acrescidas, em 1944, a elaboração de uma legislação nacional para o associativismo rural e a efetivação de um convênio com o governo norte-americano para prover educação às populações rurais, além da criação do Serviço de Expansão do Trigo.
Como resultado de uma campanha, desencadeada por Apolônio Sales desde 1943, pelo aproveitamento da cachoeira de Paulo Afonso, foram elaborados, em 1945, os decretos-leis que criaram a Companhia Hidro-Elétrica do São Francisco (CHESF), abriam crédito para a organização da companhia e lhe outorgavam concessão para aproveitamento da energia hidráulica do rio São Francisco, no trecho compreendido entre Juazeiro (BA) e Piranhas (AL). Embora criada em 1945, a CHESF só seria instalada após a assembléia constitutiva da companhia, em março de 1948, já no governo do general Eurico Gaspar Dutra (1946-1951) e suas primeiras unidades geradoras só entrariam em funcionamento em dezembro de 1954.
Com a queda do Estado Novo, afastou-se da pasta da Agricultura, e em janeiro de 1947, elegeu-se senador por Pernambuco, pela coligação formada pelo Partido Social Democrático (PSD) e pelo Partido Trabalhista Brasileiro (PTB), para um mandato de quatro anos. Em outubro de 1950 reelegeu-se pelo PSD ao Senado, no qual foi líder da maioria por um ano. Em junho de 1954 interrompeu suas atividades parlamentares e voltou a ocupar a pasta da Agricultura.
Apolônio Sales participou da reunião ministerial que, na madrugada de 24 de agosto, discutiu medidas para a superação da crise político-militar por que passava o país, intensificada com o chamado atentado da Toneleros (05/8/1954), que resultara na morte do major-aviador Rubens Vaz e causara ferimentos no líder oposicionista Carlos Lacerda. Na reunião, Apolônio decidiram apoiar qualquer decisão do presidente, quer esta consistisse em sua permanência no governo, quer em licença temporária. Às cinco horas da manhã do dia 24, a reunião foi encerrada por Vargas, que concordou em se licenciar da presidência. Poucas horas depois, foi divulgada a notícia de seu suicídio. Apolônio deixou a pasta da Agricultura em 31 de agosto, já no governo de João Café Filho. Em 1956, foi nomeado catedrático de agricultura e genética especializada da Faculdade de Agronomia da Universidade Rural de Pernambuco, além de eleito vice-presidente do Senado, reelegendo-se para essa função nos três anos seguintes.
Em março de 1958, participou da reunião convocada pelo presidente Juscelino Kubitschek, a fim de discutir medidas de combate aos efeitos da seca que assolava o Nordeste. Nesse encontro surgiu a idéia de se criar um órgão voltado para o desenvolvimento da região, o que daria origem, mais tarde, à Superintendência do Desenvolvimento do Nordeste, fundada em dezembro de 1959.
Apolônio Sales concluiu seu mandato de senador em 1959 e em 1962 assumiu a presidência da CHESF, permanecendo à frente da companhia até 1974. Neste ano, tornou-se presidente do conselho de administração da empresa.
Faleceu no Rio de Janeiro no dia 12 de outubro de 1982.
Foi casado com Isabel Irene Dias Sales, com quem teve sete filhos.
Fonte: Dicionário Histórico Biográfico Brasileiro pós 1930. 2ª ed. Rio de Janeiro: Ed. FGV, 2001